RIO
- A acne não é só inimiga dos adolescentes. Um estudo da L´Oréal
realizado com dermatologistas no ano passado mostrou que a temida
espinha é o maior motivo das consultas independentemente da faixa
etária. De acordo com outra pesquisa do laboratório, 59% das brasileira
têm a pele oleosa e com acne.Na fase adulta, as principais
causas da acne são alterações hormonais (provocadas por exemplo pela
síndrome dos ovários policísticos), variações climáticas, estresse,
excesso de sol e limpeza inadequada da pele. Tabagismo, cafeína,
utilização de medicamentos como cortisona e antidepressivos, excesso de
vitaminas, exposição ao sol e até predisposição genética são outras
possíveis origens, assim como a maquiagem. Por isso, produtos oil free,
que não obstruem os poros
, são uma boa opção para quem já tem tendência às erupções.
O
problema ocorre mais na adolescência porque é nesta fase que o nível de
hormônios está mais elevado, causando o aumento da secreção pelas
glândulas sebáceas.
— No caso das mulheres adultas, o período
pré-menstrual costuma ser o pior para quem sofre com as espinhas, por
causa do aumento dos andrógenos (hormônios sexuais masculinos que
estimulam a secreção sebácea) em circulação no sangue — explica a
gerente de Comunicação Científica da SkinCeuticals, Cecília Cunha.
Embora
não seja primariamente um distúrbio alimentar, a acne também pode ser
causada por alimentação inadequada. Os laticínios e produtos com alto
índice glicêmico aumentam o risco, explica a dermatologista Apolonia
Sales:
— Também foi constatado que o consumo de ácidos graxos
ômega 6 está associado à acne, enquanto ácidos graxos ômega 3 estão
ligados à diminuição do risco de acne. Já o chocolate, sempre
considerado um grande vilão, não foi implicado na piora da doença em
alguns estudos, nem a ingestão de sal.
Nos adultos, o queixo, a
linha da mandíbula e as costas (em função função de cremes para cabelos
sem enxague, hidratantes ou filtros solares oleosos) são as principais
áreas acometidas. Segundo Apolonia, além de ocorrer em locais
específicos da pele, nessa faixa etária ela costuma ser mais branda e
com menor quantidade de lesões inflamadas.
— De forma geral, os
produtos de uso tópico são os mesmos para adultos e jovens, mas existem
algumas diferenças como o tempo de uso. Nos adolescentes, que geralmente
apresentam acne com pus, são usados antibióticos associados, enquanto
em pessoas mais velhas é comum a utilização de ácidos e tratamento
hormonal — explica Apolonia.
No caso da síndrome dos ovários
policísticos, anticoncepcionais podem ser uma das saídas recomendadas
por ginecologistas. Em outros casos, aparelhos com tecnologias baseadas
em luz podem ser usados:
— A radiofrequência, a fototerapia (luz
azul) e o laser são úteis como um tratamento complementar. Eles podem
reduzir o número de bactérias e interferir na função da glândula sebácea
— diz Apolonia.
A esfoliação também é um dos aliados para quem
busca reduzir o problema. Mas se for feita com muita frequência (acima
de duas vezes por semana) pode acabar estimulando a pele a produzir mais
oleosidade.
Já os produtos de uso tópico, segundo Cecília, devem
apresentar uma textura com toque seco e ter ativos que controlem a
oleosidade, diminuam os cravos e combatam os primeiros sinais do
envelhecimento. (Confira nossa galeria com sugestão de produtos. Mas,
claro, antes de ir às compras não esqueça de buscar primeiramente a
orientação de um dermatologista).